As pinturas das cavernas eram pinturas desenhadas à mão de origem iroquesa. Elas estavam localizadas em várias cavernas entre as colônias americanas, e retratavam a Lenda da Mulher Celeste.
Pinturas das cavernas[]
Nos primeiros dias do mundo, a terra estava coberta de água. Não havia sol, nem estrelas, nem lua.
Sob a superfície, viviam os animais aquáticos. Mobelha, guarda-rios, lontra, rato-almiscarado... eles viviam todos nas trevas.
No céu, o Grande Espírito sentava entre os galhos de uma macieira brilhante, com raízes que mergulhavam nas nuvens.
Um dia, o Grande Espírito chamou sua filha, a Mulher Celeste. Ele puxou a árvore para que ela pudesse olhar para a terra.
"Como eles podem viver em meio ao escuro e ao caos?", perguntou a Mulher Celeste. O Grande Espírito respondeu: "Se desejares, podes levar a luz e a ordem".
O Grande Espírito pegou a Mulher Celeste em suas mãos e gentilmente abaixou-a. Quando ele soltou, ela começou a cair lentamente rumo à terra.
Os animais aquáticos levantaram suas cabeças e olharam com assombro para a mulher no céu. "O que acontecerá quando ela tocar a água?", perguntaram-se.
Todos os animais mergulharam tanto quanto podiam para encontrar terra. Nenhum conseguia segurar tanto o fôlego, até que o Rato trouxe um pouco de terra em suas patas.
Uma grande tartaruga chegou, e o Rato pôs a terra em suas costas. A tartaruga cresceu e a terra se multiplicou, até se tornar uma grande ilha, que os homens hoje chamam de América do Norte.
De baixo da água, os gansos voaram para encontrar a Mulher Celeste. Eles a pegaram e cuidadosamente levaram-na até a nova terra.
A Mulher Celeste agradeceu aos animais. "Agora posso dar um espírito a essa terra", ela disse. E deu à luz filhos gêmeos.
O filho que nasceu primeiro veio rindo, e foi chamado de Espírito Bom. O filho que nasceu depois causou tanta dor à Mulher Celeste que ela morreu. Ele foi chamado de Espírito Mau.
O Espírito Bom lamentou por sua mãe. Mas pegou os olhos dela e levou-os ao céu, para que um pudesse se tornar o sol, e o outro a lua. Suas lágrimas se tornaram as estrelas. Assim, o mundo não viveria mais nas trevas.
O Espírito Bom enterrou o que sobrara de sua mãe sob a terra para nutrir o solo. Todas as árvores e plantas cresceriam dela.
Nesse ínterim, enquanto o Espírito Bom trabalhava na luz, o Espírito Mau causava confusão nas sombras.
O Espírito Mau cruzou a terra, movendo-se de sombra em sombra. "Irei arruinar tudo que o meu irmão fez!", disse ele.
E assim, quando o Espírito Bom criou árvores fortes e alces velozes, o Espírito Mau criou frutos envenenados e insetos venenosos.
Por fim, o Espírito Bom pegou o barro vermelho da terra e criou os homens. Ele ensinou-os a falar e a viver em comunidade. O enciumado Espírito Mau criou servos com a espuma do mar.
O Espírito Bom viu que suas criações ouviam suas palavras, e eram detentoras de sabedoria. Ele desejava que elas vivessem para sempre, em harmonia.
O Espírito Bom viu as travessuras do seu irmão, e sabia que nem a sua ajuda seria o bastante. Ele pediu que ele parasse de causar confusão, mas o Espírito Mau recusava-se.
Sabendo que o seu irmão só respeitava a violência, o Espírito Bom relutantemente desafiou o Espírito Mau para um combate. O vencedor reinaria o mundo.
O Espírito Bom e seu povo uniram-se e triunfaram sobre o Espírito Mau. Ele baniu seu irmão a uma caverna embaixo da terra.
Na superfície, contudo, alguns dos servos do Espírito Mau ainda erravam de sombra em sombra. Sua influência faz os homens cometerem maldades.
É por isso que ainda há mal no mundo. Mas as pessoas também podem expulsar este mal e descobrir o espírito bom que há dentro delas. Todos podem escolher que caminho trilhar.
Curiosidade[]
- A Lenda da Mulher Celeste é narrada por Onatah.